Da leitura
interessante e instigante de um artigo “Do navegar e de navegantes” de Zahidé
Lupinacci Muzart, na internet, recolho algumas questões dela e acrescento
algumas, que são minhas. Diz ela:
“Antes da busca por diários, julgava que o
século XIX, entre nós, seria pródigo no gênero. Pura ilusão, rapidamente
desmentida pelos poucos encontrados. Na verdade, o século do diário, das
memórias e do autobiográfico é o século XX”.
Se os críticos literários afirmam
que o diário é o lugar de eleição para as mulheres que teriam predileção por
gêneros menores, mais
intimistas, como cartas e diários, um blog, nem tão diário, nem tão íntimo,
enquadrar-se-ia como um gênero menor,
de se escrever?
“Em oposição aos diários escritos por mulheres
no século XIX, a portas fechadas e em seus grossos cadernos de tão difícil
encontro, aparecem hoje os modernos “diários íntimos” espalhados na internet”
diz Zahidé.
O diário íntimo se caracteriza pelo fracionamento, pelo
descontínuo, pela ausência de elaboração, que rejeitaria em tese qualquer
organização. O registro do efêmero, a aplicação da angústia, mais que um texto,
uma prática, uma forma de viver.
Não é o caso do blog...
O blog, o que é? Diário? Não é.
Íntimo? Não é, já que qualquer um pode acessá-lo e o parceiro leitor não é escolhido, embora possa ser convidado. E convidados são todos, na medida em que o blog assim se define: aberto. Não havia me dado conta de que “Navegante” e “Flâneur” definiriam, como significantes, a intenção, o caminho e os recursos de transmitir um olhar, o meu, sobre a vida, as pessoas, a cidade, os lugares e, deles, os mais íntimos de minha maneira de escrever. Sem filtros, sem concursos, sem editoras, sem mediação.
Íntimo? Não é, já que qualquer um pode acessá-lo e o parceiro leitor não é escolhido, embora possa ser convidado. E convidados são todos, na medida em que o blog assim se define: aberto. Não havia me dado conta de que “Navegante” e “Flâneur” definiriam, como significantes, a intenção, o caminho e os recursos de transmitir um olhar, o meu, sobre a vida, as pessoas, a cidade, os lugares e, deles, os mais íntimos de minha maneira de escrever. Sem filtros, sem concursos, sem editoras, sem mediação.
Eu, particularmente, não teria condições de criar um blog, e é por isso que adoro ler suas postagens e sempre, sempre mesmo, acrescento muita coisa boa aos meus pensamentos.
ResponderExcluirNão tenho nem um pouco de vergonha, ou receio, de dizer que o facebook é quase que um diário para mim. Claro, alguns acontecimentos ficam só comigo, porém gosto de contar minhas alegrias, minhas tristezas, compartilhar as dos meus amigos, que virtualmente não são muitos, a maior parte deles "de verdade", e gosto de postar frases e músicas, que às vezes são recados subliminares que envio para pessoas queridas, ou apenas desabafando um coração apertado. Eu me entreguei ao mundo virtual. Gosto de blogs interessantes, de comunicação em redes sociais, em poder estar, a essa hora da noite, podendo usufruir de preciosidades em palavras, imagens e sons.